segunda-feira, 16 de julho de 2007

A injustiça justa do futebol

Não há nada tão injusto e justo ao mesmo tempo quanto o futebol. Às vezes você é o melhor, mas não vence. Às vezes é o pior, e consegue um empate. Às vezes você é um garoto magro e pobre, e deixa o meninão forte e filho do papai rico, deitado no chão, sujando o short do clube inglês, da última viagem de férias à Londres.

Existe uma série de fatores que podem ajudar a determinar o resultado de um jogo de futebol. Mas não há como ser preciso. O peso de uma camisa, a qualidade dos jogadores, a eficiência de um esquema tático são inegáveis ingredientes. Mas quando se trata de um único jogo, de uma final, onde o acaso pode lhe presentear com um gol no início do jogo, a história pode ser diferente. E está aí algo que não se pode treinar.. o acaso!



O acaso que ataca o psicológico de cada ator dessa peça, que dá confiança e alegria a uns, que tira a confiança e cria desespero em outros. O acaso de uma bola que, por centímetros, não encontra a rede e sim o poste que desenha o contorno do gol.



E a peça continua, com seus heróis e vilões, com seus momentos épicos e também suas tragédias, como um gol contra, ainda no primeiro ato.




Saindo do palco e entrando nos vestiários, nota-se que os dois lados se alimentam de diferentes sentimentos. De um lado o líder os enche de esperança, de outro de confiança.



E começa o segundo ato. Mas parece que o final já está determinado, até mesmo antes de as cortinas se fecharem. É dado o golpe final, de perna direita, chute cruzado e rasteiro. Uma rasteira nas últimas esperanças...



Agora é só comemorar! Não foi um grande elenco, sequer uma grande temporada, mas pelo menos está gravada na história, graças a última peça.



Brasil, campeão da Copa América 2007.

(Fotos: Terra, Diario Ole)

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